Estamos nos preparando para nosso Projeto de Intervenção em Espaços Não-formais que começa amanhã com a Catequese da comunidade Prainha...
Bjs e Bom final de semana!
Diante do dilema das mudanças, transformações, questionamentos sobre "que educação precisamos?" "como desenvolvê-la?", entre outros, as instituições de educação, sejam básicas ou superiores, em especial aquelas de iniciativa privada, vem sendo questionadas e confrontadas com necessidades do uso das novas tecnologias. De alguns anos para cá, solidificou-se uma cultura no meio de nós de que uma instituição de qualidade é aquela que tem, inicialmente, eram retroprojetores, depois computador para cada aluno, um televisor em cada sala de aula, data show para atender a cada professor, entre outros.
As instituições que já estão sofrendo com a falta de recursos financeiros para cumprir suas obrigações, são solicitadas a investir fortemente na aquisição desses equipamentos tecnológicos, que não são baratos. Há muito tempo temos observado esse fenômeno. Inicialmente, era algo novo! Quem o tinha, tinha um diferencial! Poucos professores sabiam manusear esses equipamentos. A grande maioria, no caso do data show, ou pagava alguém para preparar um programa no power point, ou se aventurava, entre erros e acertos, a preparar o seu material. Professor de qualidade era aquele que usava bastante esses recursos. Os alunos, inicialmente, viam-se motivados com o uso desses novos equipamentos.
Aos poucos, esses recursos foram se tornando triviais em nosso meio. Uma grande maioria, principalmente nos grandes centros e em instituições mais abastadas, sabem manuseá-los e produzir material para projetar informações, ou imagens através dos mesmos. Aos poucos, e sempre mais, começamos a ouvir dos alunos, a mesma reclamação de antigamente ("Tenho que passar o tempo inteiro copiando do quadro o que o professor passou [...]":). Algumas reclamações que ouvimos ultimamente no pátio da Universidade: "Professor x passa a noite inteira projetando textos na parede"; "Assim é fácil dar aula, coloca o material no power point e passa o tempo inteiro projetando e falando"; "Que saco, os professores passam tudo tão rápido que não dá nem tempo para copiar" [...].
Começamos a nos indagar: que mudanças metodológicas ocorreram entre o passado, quando o professor passava no quadro e o aluno copiava e repetia na prova? Certamente, para passar informações, esse novo modelo vai mais rápido para o professor. Passa mais por período. Mas e o aluno? Principalmente aquele que trabalha o dia inteiro e vem à noite para buscar uma qualificação em sua formação pessoal e/ou profissional? Muitas vezes, não recebe nem um texto para poder fazer uma leitura posterior. Será que, diante desse modelo de ensino, a forma anterior que possibilitava ao aluno copiar do quadro, não lhe propiciava mais aprendizagem?
Certo é que nós não concordamos com nenhum dos dois modelos. Todo o processo de aprendizagem que:
é um processo questionável quanto à qualificação da formação das pessoas, a qualidade e quantidade de aprendizagem construída, seja na educação básica, onde se procura ter uma compreensão sistêmica da vida, seja no ensino superior, onde, além da formação humana (ética, ...), desenvolvimento sustentável, precisamos formar profissionais capazes de utilizar as teorias adquiridas para responder a um contexto em transformações constantes.
Não estamos, assim, posicionando-nos contrariamente ao uso dos recursos tecnológicos. Pelo contrário. O computador como fonte de pesquisa (internet, [...]), entre outros, é um grande recurso. Saber usar o computador no nosso cotidiano é hoje uma necessidade primária. No caso do processo acima, pode ser usado para qualificar o momento da teorização e/ou produzir reflexões, inovações [...] no final do processo. A televisão, ou o data show igualmente podem ser significativos para, em algum momento do processo, elucidar, ilustrar aspectos que irão complementar a construção do conhecimento significativo.
O que não podemos aceitar como professores,
na prática, escamoteamos o processo, utilizando novas roupagens (computador, data show, ...) para desenvolver as mesmas práticas pedagógicas que tanto criticamos. Como dizem os espanhóis, "vinho velho em barril novo".
Nossas reflexões têm como objetivo provocar um repensar das práticas pedagógicas e por que não dizer da cultura que se instalou em nosso meio, quando ouvimos colegas professores insatisfeitos pois a instituição não tem equipamentos sempre a sua disposição. Perguntemo-nos, como professores, que ideais teóricos estão atrás dessas nossas práticas no uso desses equipamentos? Parece-nos que é necessário rever a formação dos professores, especialmente o exercício que leva o professor a manejar práticas pedagógicas (metodologia e avaliação) que sejam coerentes como os ideais teóricos nos quais tanto acreditamos e expressamos em discurso.
Na educação básica, a formação dos professores no ensino superior precisa ser revista, além de serem desenvolvidos projetos de formação continuada que possibilitem um constante confronto entre a teoria e a prática. Diferente não pode ser no ensino superior. Esses professores que trazem a cultura das práticas pedagógicas da sua formação na sua prática, onde muitos nem tiveram uma formação pedagógica - didática, ou quando tiveram, muitas vezes, eram desenvolvidas em modelos hoje altamente questionáveis, necessitam, também, buscar uma atualização dos seus métodos, sob pena de formarem profissionais para um mercado que já não existe mais. Aliás, é no ensino superior que o professor precisa estar sempre mais atento às suas práticas e, em conseqüência, que perfil de profissional formam essas práticas.
Alguns questionamentos: Elas estão coerentes com as necessidades do mundo pós-moderno? Possibilitam a esse aluno ser um profissional qualificado e capaz de responder aos desafios desse contexto? Por fim, as perguntas do tema dessa reflexão: Da forma como eu uso as novas tecnologias, possibilitam uma nova construção de aprendizagem, ou utilizo as novas tecnologias, com roupagem metodológica antiga?
Autor: Adelar Hengemuhle
2. Números
A criançada da pré-escola pode escolher: jogos, desenhos, pintura... e computador
INTEGRAÇÃO As máquinas disponíveis na sala são usadas para escrever e pesquisar.
Trabalhando em grupo, as crianças do Jardim de Infância Municipal Doutor Luiz Silveira, em Piraí, a 105 quilômetros do Rio de Janeiro, aprendem a escrever seu nome digitando no computador. Para esses pequenos, com idades entre 3 e 5 anos, mexer no notebook parece uma tarefa simples. A atividade seguinte: apreciar obras de grandes artistas, como a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973). Enquanto a tela Abaporu é projetada no computador da professora, os pequenos são instigados a falar sobre cores e formas. Depois das explicações sobre as pinturas, inspiradas pela arte de Tarsila, eles se arriscam a tirar autorretratos com a máquina fotográfica embutida em cada computador. Na sequência, passaram a outra atividade: pesquisaram imagens de animais da fauna brasileira com a orientação das professoras, usando seu notebook com acesso à internet. Novamente, as crianças demonstram uma desenvoltura capaz de deixar os adultos presentes, inclusive esta repórter, bastante impressionados. Um dia na rotina dessa pré-escola mostra como a tecnologia foi incorporada de forma natural ao processo de ensino e aprendizagem, de modo que hoje o computador tem status de material básico de ensino - o mesmo pode ser observado em outras unidades da rede municipal. A naturalidade dos pequenos diante das máquinas comprova essa afirmação. "Tô escrevendo um carta", diz Julia, enquanto tenta digitar seu nome. Enquanto ela tecla, outros brincam ou desenham. "Alguns pais ficaram aflitos achando que cadernos, livros, canetas e lápis iam ser abolidos. Mas só acrescentamos uma nova ferramenta, que também serve para ensinar", diz Lúcia Helena Borges, chefe da Divisão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação. Em Piraí, os computadores não são exatamente uma novidade na rede de ensino. A cidade tem um projeto de inclusão digital desde 2005 e o pioneirismo de suas ações chamou a atenção do governo federal, que passou a financiar projetos locais na área. A vocação digital da cidade permitiu que os computadores fossem encarados como ferramentas a serviço dos conteúdos curriculares e ajudou na disseminação da tecnologia, já que hoje a maioria dos estudantes é familiarizada com ela. Todos os computadores das escolas do município estão ligados em rede e têm acesso à internet, o que facilita o planejamento simultâneo dos profesores em todas as unidades. Cada uma tem autonomia para desenvolver seu trabalho, mas o diálogo entre elas é uma constante. Além disso, um núcleo de tecnologia foi criado para dar apoio técnico e pedagógico aos educadores. Hoje, os alunos de toda a rede têm uma pauta diária de atividades a cumprir e são acompanhados mesmo a distância. Com frequência, o computador dá espaço para brincadeiras com massa de modelar, leitura ou cortar e colar. As fotografias tiradas pelas crianças, por exemplo, foram usadas para fazer uma colagem. Depois, sentadas em semicírculo no chão, elas passaram a atividade seguinte: desenhar livremente em papel. E assim, intercalando atividades tradicionais com outras, que usam o computador como o aliado, os pequenos da pré-escola adquirem conhecimentos.
Fonte: Revista Nova Escola